sábado, 5 de março de 2011

Ideologia












Acabar com as ideologias


Embora o finado Cazuza clamasse por uma ideologia para viver, o jornal O Globo entende como uma praga aqueles que vivem, sentem e agem em função de alguma ideologia. O editorial do dia 5 de março - "O caso líbio e a América Latina" - aproveita a crise seguida de guerra civil que se desenrola na Líbia para incutir em seus leitores o quão pernicioso é governar com a maldita ideologia como pano de fundo.

São sete parágrafos. Cinco menções à ideologia. Todas numa perspectiva negativa.


Para o editorialista, quanto "menos ideologia" no cenário político internacional, mais bem fluirão as ações multilaterais no combate às grandes crises mundiais. Por sua vez, o governo Dilma corrige os rumos da política externa de seu antecessor, o presidente operário, ao afastar-se da "excessiva ideologização da Era Lula". Assim, convém enfatizar, "a redução do componente ideológico da política externa" do novo governo ocorre em boa hora.

No entanto, apesar da reorientação do governo Dilma, a América Latina encontra-se atada a uma ideologia, alimentada pelo caudilho Hugo Chávez, que tenta esvaziar a influência dos EUA no continente. Com efeito, a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) seria, conforme as palavras do editorialista, uma das instituições desse nosso continente movida "mais a ideologia do que a qualquer outra coisa". A outra instituição, "baseada em ideologia", seria a Alba (Aliança Bolivariana das Américas).

Que ideologia seria essa?