quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A independência dos EUA


DOMINAÇÃO VERSUS RESISTÊNCIA


Se a metrópole "apertou" o controle sobre as colônias, é óbvio que é preciso perguntar a razão desta medida de restrição.

As autoras então apontam haver "fatores de ordem estrutural e conjuntural" (É legal fixar isto. Relações de causa e efeito, do tipo "A" leva a "B", facilitam o entendimento do processo histórico, ainda que nem sempre sejam inteiramente válidas empiricamente).

(a) Fator de ordem estrutural: a Revolução Industrial. Basta raciocinar, quanto mais se produz, mais mercados consumidores é preciso arranjar. Aonde a Inglaterra podia, de cara, conseguir um mercado consumidor para seus produtos? Responda comigo: nas Treze Colônias, na América inglesa, no futuro EUA, que é tudo a mesma coisa.

(b) Fator de ordem conjuntural: a Guerra dos Sete Anos entre a Grã-Bretanha e a França. Novamente, é fácil entender isto. Qual a guerra que não onera uma nação? Mesmo vencedora, a coroa britânica gastou muito de seus cofres. Vai sobrar para quem? Quem respondeu "Treze Colônias", acertou na mosca.

No ano em que a guerra acaba, os franceses, derrotados, mas muito malandros, "abraçaram a causa separatista norte-americana, buscando um meio de agredir indiretamente os ingleses", prosseguem as autoras. Sabe aquelas pessoas que não sabem perder? É, os franceses agiram assim... Entretanto, noto as limitações dos livros didáticos em geral, ou seja, um estudante um pouco mais curioso, gostaria de saber como os franceses abraçaram a causa separatista norte-americana, fato que o livro, até aqui, não mostra.

Um outra informação importante é que "muito antes da Guerra dos Sete Anos, os interesses das colônias e da metrópole se diferenciavam". Neste sentido, a metrópole baixa algumas leis prejudiciais aos interesses econômicos dos "coloniais" (atenção, não se preocupe em gravar os anos, mas em visualizar as "medidas" da metrópole contra os interesses coloniais):

- A Lei do Açúcar, em 1733, criando taxas proibitivas para a entrada do melaço vindo das Antilhas francesas;
- Em 1750, sob o pretexto de não prejudicar a indústria britânica, os colonos de Nova York e da Pensilvânia, foram proibidos de trabalhar o ferro;
- Em 1765, a Lei do Selo, estabelecendo que "todos os documentos legais e oficiais em circulação nas colônias eram obrigados a receber selos provenientes da metrópole". (A ilustração deste post é a revolta colonial contra o Stamp Act, isto é, a Lei do Selo)

Bem, a continuar deste jeito, a tensão entre os dois lados só tendia a aumentar mais e mais...

Aí pode surgir a questão: por que a Grã-Bretanha não aliviava um pouco? É mais ou menos perguntar por qual motivo o presidente Bush não retira as tropas do Iraque. Ou seja, como os sujeitos não têm controle sobre as variáveis do processo histórico e os fatos históricos não estão escritos nas estrelas, quer dizer, não tinham que acontecer desta ou daquela maneira ou estavam predeterminados para acontecer, os ingleses não imaginavam que toda aquela pressão resultaria em revoltas coloniais. Pelo menos, não naquele momento...

Nenhum comentário: