quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Um mórmon na Casa Branca?


Mitt Romney, empresário mórmon e pré-candidato à Casa Branca

Nos posts anteriores, "Jefferson e Adams, homens do Iluminismo", expus a opinião de David Ignatius no The Washington Post acerca do discurso de Mitt Romney e prometi que buscaria o discurso.

Bem, descobri que o discurso, "A fé da América", pode ser lido na íntegra no site deste ex-governador do Estado de Massachusetts e que é do partido do presidente Bush.

Mas quem é Romney, o sorridente político da foto? E o que ele, como pré-candidato ao posto de presidente da maior nação do mundo, pode oferecer a seus eleitores e ao planeta?

Como governador, acumulou vitórias e derrotas. Conseguiu, por exemplo, vetar a medida que garantia o acesso à universidade aos filhos de imigrantes ilegais, mas foi derrotado nas intenções de impedir o financiamento das pesquisas com células-tronco embrionárias.

Adversário da imigração ilegal, deu poderes federais à Polícia Estadual para caçar e deportar imigrantes ilegais. Mas o feitiço virou contra o feiticeiro e, em dezembro de 2006, uma reportagem do jornal "Boston Globe" revelou que a casa de Romney em Belmont empregava jardineiros em situação irregular no país.

Navegando na internet, por exemplo, encontrei um editorial do jornal Concord Monitor com o título intrigante "Romney NÃO deveria ser o próximo presidente". Bem, isso fica para um próximo post, pois agora eu quero relacionar este aos dois anteriores, isto é, tentar entender as razões de Ignatius para escrever sua coluna dirigida explicitamente ao pré-candidato Romney.

Um bom começo é ler e analisar o discurso deste homem de negócios-transformado-em-político, como alguns jornais dos EUA estão chamando-o.

"A América defronta-se com uma nova geração de desafios", alerta Romney a certa altura de sua fala. Do lado externo, o Islã, em sua face radical e violenta, a China emergente ameaçando a liderança econômica de seu país, e dentro de casa, os gastos governamentais excessivos, o uso exacerbado do petróleo estrangeiro e o colapso das famílias.

Apesar destes desafios à nação americana, Romney assinala que, em seu discurso, tratará de um ponto fundamental para a grandeza dos EUA: "nossa liberdade religiosa". Segundo ele, é uma questão a ser seriamente considerada face às ameaças que a Nação se depara. Pois, quando os Fundadores, diante dos maiores riscos para o país, pediram "as bênçãos de Deus". E mais, eles descobriram uma conexão essencial entre a sobrevivência de uma terra livre e a defesa da liberdade religiosa.

Adiante, o pré-candidato afirma que ele é um "Americano disputando a Presidência". E que ele não define sua candidatura por sua religião. Em seguida, penso eu, a sua declaração mais enfática: "Uma pessoa não deveria ser eleita por causa de sua fé, nem ser rejeitada por causa de sua fé".

Romney sublinha, no discurso, que nenhuma autoridade da sua Igreja ou de qualquer outra igreja exercerão influência sobre as decisões presidenciais. (No caso de ele conseguir vencer as prévias do partido e, depois, as eleições norte-americanas, superando os outros candidatos democratas)

O discurso é longo, então vou parar aqui, para continuar daqui a pouco...

Nenhum comentário: