
A descoberta, por arqueólogos israelenses, em Jerusalém, de um selo com 2500 anos de idade suscitou em alguns especialistas certas conclusões efusivas, tal como pensar que a Bíblia pode servir como fonte de documentação histórica.
No tal selo está inscrito em hebraico arcaico o nome da família Temech, que, conforme o Livro de Neemias, foi uma das famílias que regressaram a Judéia no ano 537 antes da Era Comum quando do fim do cativeiro na Babilônia.
De acordo com a pesquisadora Eilat Mazar, diretora das escavações que encontraram o selo, "é um nexo entre as provas arqueológicas e o relato bíblico, ao evidenciar a existência de uma familia explicitamente mencionada na Bíblia".
A especialista sublinhou a influência mesopotâmica mostrada pelo selo, à medida que uma de suas faces contém gravada uma cena ritual em que dois sacerdotes, situados ao lado de um altar, fazem sacrifícios a deusa babilônica Sin, representada por uma lua crescente, e cujo culto poderia, em princípio, ser considerado herético por qualquer judeu.
Outra característica do selo que confirma a identidade babilônica consiste na caligrafia inclinada para a esquerda, tratando-se do costume da escrita cuneiforme da Mesopotâmia, que vai da esquerda para a direita.
Mazar apresentará seu achado na Conferência de Herzliya, o principal fórum de debate interdisciplinar de Israel, em que exporá suas conclusões sobre o selo.
A priori, é preciso cautela com a afirmação de que a Bíblia pode vir a ser uma fonte de documentação histórica. Este é um debate bastante antigo e acalorado, em que a filiação religiosa dos pesquisadores exerce uma forte influência. É por trás deste pensamento que livros do tipo "E a Bíblia tinha razão..." são publicados, rendendo bons dividendos para seus autores.
É preciso equilíbrio neste campo. Um bom exemplo disto é a obra conjunta de Eric Meyers e James Strange, Archaeology, the Rabbis & Early Christianity, na qual se propõe um diálogo entre as descobertas arqueológicas e epigráficas e os textos judaicos e cristãos antigos. No livro, os autores documentam uma série de práticas e crenças obtidas através do exame arqueológico e epigráfico que a leitura isolada das fontes literárias antigas simplesmente não deixam claras.
Um comentário:
sugiro uma leitura em:
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