quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Túnel do Tempo

Muito barulho através do tempo

Este era o título de artigo publicado no Jornal do Brasil de 21 de fevereiro de 2002, escrito pelo PhD em Física, José Carlos Azevedo, que até hoje mantenho guardado em meus alfarrábios.

É interessante relê-lo hoje. O argumento central do texto de Azevedo funda-se na constatação de que todas as previsões sobre catástrofes ambientais não se concretizaram e que havia bastante falação e pouco fundamento científico por parte de palpiteiros e de "ecopirados".

Assim, Azevedo cita o relatório do Clube de Roma, "Limits to Growth", de 1972, que fez prognósticos sombrios sobre escassez de energia, poluição, extinção de espécies animais e vegetais e crescimento da população mundial, reafirmados, em 1981, por seu presidente. Entretanto, conclui o físico, "nenhuma dessas previsões se confirmou".

Em seguida, Azevedo destaca o estudo "The Population Bomb", escrito em 1968 pelo biólogo e diretor do Centro de Estudos Populacionais da Universidade de Stanford, P. R. Ehrlich, prevendo igualmente catástrofes ambientais gravíssimas. Tal como os teóricos do Clube de Roma, sublinha Azevedo, as previsões de Ehrlich "não se confirmaram".

A seu favor, portanto, Azevedo recorre ao "importante" (é ele quem diz) livro de J. L. Simon, da Universidade de Maryland, que refuta as previsões alarmistas e, contrariando "ambientalistas", mostra que o "mundo está cada vez melhor". A poluição, grande temor dos tempos atuais, conforme o texto de Azevedo, "pode ser controlada". Por sinal, garante o físico:

"As concentrações de dióxidos de enxofre e carbono, em Londres, são hoje iguais às de 1580."

O mais fantástico aparece a seguir:

"Não há fundamento científico definitivo sobre o aquecimento da Terra devido à emissão de gases ... medições recentes na Antártida provam que ali o degelo diminuiu e a espessura do gelo aumentou, prenunciando o esfriamento da Terra e, não, seu aquecimento. Ao contrário do que alardeiam muitos, não haverá o derretimento das calotas polares nem o desaparecimento de cidades litorâneas".

Por causa da diversidade de opiniões emitidas por cientistas competentes, Azevedo, enfim, assevera peremptoriamente que "são fantasiosas, apenas literárias e sem fundamento científico, as previsões alarmantes sobre o futuro do meio ambiente".

Já se passaram seis anos do artigo e, a cada dia, mais os grupos de pesquisa alertam para as catástrofes que nos aguardam caso não se tomem medidas drásticas no sentido de se reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera. O aperfeiçoamento das técnicas e instrumentos da ciência inclinam a opinião pública a acreditar que, de fato, os riscos são cada vez maiores para a humanidade. Entretanto, pode ser que tudo não passe de alarmismo infundado, como dizia Azevedo.

Aliás, ele deve estar achando graça de todo este barulho.

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