sábado, 5 de janeiro de 2008

Ciência e Religião

O Novo Ateísmo e suas idéias

Quem tiver oportunidade, recomendo fortemente a leitura do TLS, isto é, The Times Literary Supplement, que é o suplemento literário do jornal britânico
The Sunday Times, que eu compararia, guardadas as devidas proporções, ao "Prosa & Verso" de O Globo ou ao "Idéias" do JB.

Na edição de 12 de dezembro do ano passado, que só hoje eu tive o prazer de ler, há uma excelente crítica de John Habgood sobre quatro livros que tratam do assim chamado Novo Ateísmo. Para Habgood, no entanto, o Novo Ateísmo é pouco mais do que um passo de volta ao antiquado Ateísmo, e que habitualmente faz uso da idéia de um abismo intransponível entre religião e ciência.

Habgood frisa que, como suporte a tal alegação, encontrava-se, e ainda se encontra, o apelo simplista de um contraste entre fé e razão, como se uma não precisasse da outra. A diferença principal entre o Novo Ateísmo e o antigo Ateísmo é observada numa drástica mudança de tom. A nova versão do ateísmo tem uma língua mais afiada, é mais divertidamente agressiva do que solenemente deplorável, e fazendo muito uso do ridículo.

Seria possível afirmar, observa Habgood, que o desprezo mostrado em relação a religião e às sensibilidades religiosas é necessário para o impacto que os autores procuram causar e que, sem dúvida, também auxilia na venda de seus livros. O reverso desta estratégia é que as pessoas provavelmente não se convertem para serem ridicularizadas.

Como o texto de Habgood é extenso, continuo em outro post amanhã.

Em tempo: tenho recebido alguns comentários bacanas, mas não aprendi ainda como responder a cada um. Agradeço imensamente pelos comentários e assim que eu conseguir descobrir como retornar, eu o farei.

Um comentário:

Blogildo disse...

O Novo ateísmo é uma das coisas mais arcaicas que existe. Nenhum dos "neo-ateístas" como Hithcens, Onfray ou Dawkins tem uma novidade de argumentação. Acho que desde Voltaire não há novidade nessa área.